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O que fizeste Sultão, de minha alegre menina?


Quando Jorge Amado fez o poema Alegre Menina musicado por Dori Caymmi, falava da pobre menina amparada pelo seu senhor. Este lhe deu as mais lindas pedrarias e regalias em troca de seus favores.

Talvez o poeta estivesse falando a todas as pobres meninas que se espalham pelo agreste, campinas e periferias das grandes cidades.

Meninas representadas pelas mães de família, matriarcas provedoras de lares desprovidos dos arrimos masculinos, que há muito foram embora pra bem longe. Essas meninas-mães sustentam seus inúmeros filhos, com subsídios de diversos sultões, disponíveis a cada período, quando seus serviços são aclamados.

Mudam os sultões, mas as alegres meninas estão em todas as travessas. Direito de compra, elas já possuem, mesmo que "a prestação". Já, direito à cidadania e autonomia, passa pelo banco escolar e pelos diversos acessos.

Mudam-se os sultões, sofisticam-se as prendas, digitalizam-se as interfaces e as alegres meninas ainda esperam pela colossal partilha, prevista em todas as procissões.


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