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Nossa empresa é rasteirinha ou salto alto?


Ontem, quando estava chegando ao escritório, vi uma moça a minha frente a passo acelerado também chegando ao prédio. Ela estava visivelmente apressada e antes de ultrapassar a porta do edifício, sacou ligeiramente da sua bolsa, que não era pequena, um bonito par de sapatos de salto alto e trocou pela sandália do tipo “rasteirinha” que estava usando.

Após a metamorfose, entrou elegante no condomínio corporativo, com passos cadenciados e fisionomia executiva. Fiquei surpreso, parecia outra pessoa.

A cena serviu para que eu percebesse como as organizações possuem muitas faces. Às vezes enxergamos a figura imponente da executiva de sucesso, mas que há poucos metros era uma pessoa mais comum, que acabara de descer de um ônibus cheio e que vinha com a rasteirinha para poder andar mais rapidamente e chegar ao trabalho, “on time”.

Essa mesma executiva, que prepara impolutos slides, transbordando métricas e indicadores, também tem que preparar a mamadeira da filha, que vai ficar na “escolinha” o dia todo, mesmo estando resfriada e com febre, pois não há alternativa.

Os dois perfis são a mesma pessoa. Mas porque aparecem diferentemente nos dois ambientes? Será a velha batalha entre estética e essência?

Fazemos tudo para que nossos clientes nos enxerguem de salto alto, poderosos e seguros. Dentro de prédios espelhados e com uma comunicação corporativa impecável. Mas na hora da entrega, deixamos claro que somos pessoas comuns, sem tanto glamour, com projetos atrasados, contratos emperrados no departamento jurídico e problemas sérios em vários processos críticos ao negócio.

Talvez soluções “rasteirinhas” sejam mais eficazes que soluções “salto alto”.

Mas, por quê? Por nos permitir andar mais rapidamente pelas ruas esburacadas que formam o mundo corporativo e nos poupar de muitos tropeços.

Estética ou essência?


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